Tenho andado nos azuis há algum tempo.
Existe uma expressão em inglês — feeling blue — que talvez tenha influenciado o tom e a cor. Mas também li um livro em março, A Deusa em Cada Mulher, de Sophie Bashford, que provavelmente mexeu em alguma coisa cá dentro e acabou por influenciar bastante o meu processo criativo.
Com a situação de ter perdido uma das mulheres da minha vida — a minha avó — decidi avançar com o tema “mães” para esta exposição. Essa perda abriu espaço para muitas perguntas, memórias e emoções. Um turbilhão difícil e, ao mesmo tempo, impossível de ignorar.
Como costumo fazer, fui deixando que tudo isso se transformasse em imagens, formas e cores — talvez por isso os azuis tenham sido tão insistentes. São tons de melancolia, mas também de profundidade e escuta. De mar, céu, lágrimas e silêncio.
Com o Dia da Mãe a aproximar-se, propus ao Atelier Artéria expôr este trabalho na montra — um lugar de passagem, mas também de paragem. Um “altar” invisível tornado visível. Um espaço de homenagem.
O processo de montagem da montra envolveu selecionar os desenhos mais significativos para o tema.

E enquanto estava com uma cara muito feia e muito concentrada fui apanhada pela minha querida Ana Carmela.
Claro que não podia deixar de vos mostrar esta carentonha. =)
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Mas voltando a coisas sérias….
As mães:
Elas cuidam, guiam, transformam e protegem. São figuras que embalam e despertam, que representam não só a maternidade no sentido literal, mas também as muitas formas do feminino: força, compaixão, transformação, presença.
A exposição Mães convida-te a contemplar algumas divindades, de diferentes culturas e religiões, como espelhos — reflexos de algo que também vive em nós e nos outros.
E como cada mãe tem o seu “recado” para @s filh@s, estas frases surgem como legenda para cada figura.
Fica então lançado o convite para passeares pela montra do Atelier Artéria até ao dia 8 de Maio de 2025. Está sempre disponível a qualquer hora do dia ou da noite, na Estrada de Benfica 255 em Lisboa. AQUI.