Dou muito valor ao trabalho digital mas prefiro o analógico, ou seja, lidar com imprevistos, imperfeições e imaginários que surgem durante o processo de execução de uma ideia. O processo criativo da Teresa foi analógico.
Imprevistos também surgem no desenho digital mas a opção “UNDO” (desfazer), “ERASE” (apagar) ou até mesmo “SAVE AS…” (guardar como) não são assim tão simples em questões analógicas. Experimenta apagar tinta da china: esquece, não vais ter um bom resultado! =)
Quantas vezes fiz este desenho até ficar OK? Muitas vezes.
Primeiro o esboço no meu caderno que anda comigo na mala, depois outro esboço para corrigir dimensões, perspetivas e anatomia, depois mais um para corrigir o pé que mais parecia um pé de Aladino, depois outro cujo borrão de tinta da china tornou o desenho impraticável mas serviu para corrigir novamente a anatomia e escala, depois mais outro cheio de medo que acontecesse novamente o mesmo (que não aconteceu com tinta da china e sim com a tinta acrílica), depois outro com um acidente quando tentava apagar… Puffff….
E tudo isto até perceber que a Teresa afinal estava mal sentada, estava desconfortável. =)
Uma vez sentada e confortável, eu e a Teresa atingimos o “Ponto de Não Retorno“… =)
Enfim, tudo aprendizagens para atingir este resultado que me agradou bastante =)
Durante todo este processo a Teresa foi sempre a mesma e foi falando comigo.
No final disse-lhe: “Tu és muito linda. Como te chamas?” E ela disse: “Teresa”.
Assim ficou.
P.S.: A Teresa já encontrou uma casa. =D